31.1.07

Uma jóia incompreendida

Os comentários que as leitoras Cláudia e Fugu F, pessoas pelas quais tenho imensa admiração, fizeram no post sobre o anúncio da Natan, me levaram a refletir mais uma vez sobre o quão difícil é a tarefa dos criadores de propaganda.

O sociólogo austríaco Gottfried Stockinger, de quem tive a honra de ser aluno, disse certa vez em uma das suas aulas algo mais ou menos assim: na comunicação, a compreensão é sempre improvável. Levada para dentro de uma agência de propaganda, isso significa que os criadores devem testar e retestar seus anúncios, a fim de evitar que eles não sejam adequadamente compreendidos.


Fugu F disse: "A idéia de que um homem endinheirado pode ter a mulher que quiser é muito pobre - e irreal." Concordo em parte com você, Fugu. A idéia é pobre, mas não é de todo irreal. Existe um determinado tipo de homem que pensa exatamente assim - e um determinado tipo de mulher que corrobora essa maneira de pensar - e o público alvo do anúncio é constituído exatamente por homens desse tipo. A propaganda não "inventa" o real. Apenas se apropria dele. A gente pode deplorar essa realidade, o criador do anúncio pode deplorar essa realidade (aliás, o anúncio pode até ter sido criado por uma mulher), mas se o objetivo do anúncio é fazer com que "homens endinheirados que acreditam que uma jóia cara é capaz de abrir as pernas de qualquer mulher" , o anúncio está correto e muito bem resolvido.

Cláudia perguntou: "Zé, quer dizer que vc só daria uma jóia a uma mulher se ela abrisse as pernas p vc, é?". Sei que a Cláudia quis apenas me provocar, mas vou responder mesmo assim. Não, Claudinha. Eu sou o maior mão de vaca. Não daria a joía nem se ela abrisse as pernas pra mim. Vale Michelin?

Falando sério, minha crítica não foi às mulheres que não se trocam por uma jóia, mas àquelas que vivem patrulhando a gente em nome do politicamentecorretismo.

30.1.07

Como era gostoso o meu francês

É sabido que os franceses têm uma pinimba napoleônica com os ingleses. A mais recente demonstração dessa incompatibilidade de gênios é que o governo francês, por iniciativa de uma certa Comissão Geral de Terminologias e Neologismos do Ministério da Cultura da França, proibiu o uso da expressão e-mail para designar as mensagens enviadas eletronicamente. Sai o e-mail e entra o COURRIEL, fusão de courrier electronique.
Como se vê, eles também têm políticos "brilhantes".


Quem quer?

29.1.07

Contra que?



Faixa exibida na porta de uma clínica veterinária. Fiquei me perguntado contra que (ou quem) seria o tal seguro. Contra o cachorro? Contra sinistros tipo "o cachorro morrer afogado durante o banho" ou "tosarem o bicho e levarem a pele junto"?

28.1.07

Uma jóia da propaganda



Há alguns anos a Natan, veiculou uma campanha em revistas nacionais, composta de anúncios que exploravam a idéia do "antes-depois". O anúncio acima faz parte da referida campanha, mas foi veiculado uma única vez. Por que? As mulheres reagiram negativamente e várias dela enviaram cartas às revistas alegando que o anúncio era preconceituoso e ofensivo.

O anúncio é genial, principalmente porque era dirigido ao público masculino. Mas a praga do "politicamente correto" fez com que ele desaparecesse sem deixar rastro.

Na minha opinião, a mulher que se sente ofendida com um anúncio desses não merece ganhar uma jóia de presente.

27.1.07

Por uma causa

Preservar - salvar talvez seja mais adequado - o planeta Terra é a maior, a mais importante e a mais urgente de todas as questões que se colocam atualmente. Desenvolver fontes de energia renovável, preservar os mananciais de água potável e acabar com seu desperdício, reduzir/eliminar a emissão de gases que contribuem para o aquecimento global, produzir alimentos suficientes para todos... O desafio é imenso.

Cruzar os braços diante desse imenso desafio, com a desculpa de que esse ou aquele país não faz o que deve fazer, é uma posição indefensável. Somos nós, cidadãos do mundo, unidos em torno dessa causa, que temos a responsabilidade de exigir dos governos as medidas as medidas necessárias.

No próximo dia 1 º de fevereiro acontecerá uma Mobilização pelo Planeta Terra, proposta pelo grupo ambientalista francês "Aliança pelo Planeta". O apelo simples: dedicar 5 minutos à Terra. Todo mundo deverá apagar por 5 minutos suas lâmpadas e aparelhos elétricos entre 19h 55min e 20 h (horário de Brasília). O objetivo é chamar a atenção da mídia e dos governos para a questão d desperdício de energia.

O dia 1º de fevereiro não foi excolhido por acaso. Nesta data será apresentado, na França, um relatório feito por um grupo de técnicos em climatologia da ONU.


25.1.07

Qual é o seu preço?

Um amigo meu, jornalista, me disse certa vez que não tinha um blog porque já havia passado da fase de escrever de graça. Respondi que são raros, muito raros mesmo, os blogueiros que escrevem de graça. Blogueiros são pagos em moedas especiais: visitas e comentários. No câmbio da blogosfera, 1 comentário vale 10 visitas. As moedas em questão não são guardadas no bolso ou no cofre, mas no ego.



Informal, precário e degradante



Poucas coisas são tão degradantes quanto transformar uma pessoa em poste, um mero suporte para cartazes. Em pé durante horas, recebendo uma diária irrisória, sem carteira assinada, sem vale-transporte, sem ticket-refeição e sem respeito.

Fiquei verde



Fiquei verde ao saber que contribuo para o aquecimento global com uma emissão média anual de 4.37 ton/CO2, e que para compensar isto preciso plantar 29 árvores.

Visite o site da Iniciativa Verde, use a calculadora que eles disponibilizam e descubra "a parte que te cabe nesse latifúndio".

24.1.07

O homem velho



"Ele já tem a alma saturada de poesia, soul e rock'n'roll.
[...]
Já tem coragem de saber que é imortal.
[...]
O homem velho é o rei dos animais."

[O homem velho, Caetano Veloso]




Foto de Fernando Chagas, durante show no Morro da Urca. Veja mais aqui.

23.1.07

Ser publicitário



Almir Fonseca, um dos maiores criativos da Bahia, ganhador de Leão de Ouro em Cannes, e que durante muito tempo foi Diretor de Criação da minha falecida agência, dizia que propaganda seria a atividade mais gratificante do mundo se não existisse o Cliente.

Suprema heresia, visto que sem o Cliente não existe negócio, a queixa do Almir era, de certo modo, compreensível. Os clientes sempre gostaram de meter o dedo e interferir no trabalho da criação, por puro capricho ou medo de ousar.

Se era assim na década de 80, quando a propaganda baiana estava em seu auge, época em que o Duda Mendonça ainda estava por aqui e o Nizan Guanais era apenas seu estagiário, imagine agora. Vários anunciantes de peso estão fora da mídia. Sobraram as empresas de varejo, com verbas ridículas, destinadas quase que exclusivamente à veiculação. Para a criação e produção, não sobra nada. O que vemos na TV são os velhos e indigestos VTs de cartela, com a única diferença que agora elas sao feitas eletronicamente.

Obviamente, estou me referindo à propaganda feita fora do eixo Rio-São Paulo. É broxante! Para sobreviver, as agência "fazem qualquer negócio" e isso implica, muitas vezes, em fazer a coisa errada porque é daquele jeito que o cliente quer, o que me faz lembrar de uma outra frase do Almir: "Nós fazemos bosta porque o cliente gosta".

Ainda dentro desse tema, conta-se que certa vez, em Hollywood, um roteirista iniciante submeteu seu primeiro filme a um produtor famoso, com o objetivo de conseguir recursos para realizá-lo. Passados alguns dias, voltou ao escritório do produtor que lhe disse: "O roteiro é bom e estou disposto a financiá-lo, desde que você tire o macaco". O filme era King-Kong.

Vocês não fazem idéia de quantas vezes meus clientes já tiraram o macaco dos meus comerciais.


Civilidade

Diga sempre


Jamais esqueça de dizer


Estas palavras operam milagres.


22.1.07

Depressão



















Quando vi este senhor, lembrei imediatamente do livro O Demônio do Meio-Dia,
de Andrew Solomon, onde ele diz que "o oposto da depressão não é a felicidade, mas a vitalidade". Trata-se de um livro excelente, que aborda a depressão de um ponto de vista de quem teve de enfrentá-la. Para saber mais sobre o livro, veja este post no blog Síndrome de Estocolmo.

Foto: feita por mim, na Praça da Piedade, Salvador-BA.

Um cordel para Arnaldo Jabor

Curiosamente, não tenho idéia formada sobre Arnaldo Jabor. Algumas vezes, o acho genial. Outras tantas, apenas um reacionário chato e verborrágico. Há quem diga que ele se vendeu e renegou seu passado, que o esquerdista da juventude cedeu lugar ao porta-voz dos interesses da direita. Ora, só não muda de idéia quem não as tem. Eu sou da esquerda, mas acho que um mundo feito só de esquerdistas seria chato demais.

De qualquer modo, encontrei por aí este cordel, escrito pelo poeta pernambucano Jorge Filó, achei bacana e estou compartilhando.

O dia em que Arnaldo Jabor se olhou no espelho...
... e se viu.


Este cordel que apresento
Sem nenhuma pretensão
E mesmo que lhe pareça
Ser verdadeira a versão
Ainda que eu não garanta
É uma mera ficção.

Assim começa o cordel
Justo na reflexão
Tô falando do espelho
Da nossa imaginação
Que as vezes num belo dia
Prega em nós grande lição.

Como se Arnaldo Jabor
Num exame de consciência
Um belo dia acordasse
Com toda sua eloqüência
E em conversa mostrasse
Sua verdadeira essência.

"Caros amigos leitores
Eu sou Arnaldo Jabor
Cineasta e jornalista
Direitista e traidor
Também sou um caga-pau
Xeleleu e delator.

Do clã Roberto Marinho
Sou baba-ovo da hora
Digo só o que eles querem
Creio e nego, sem demora
Sou um neo-liberalista
Por enquanto, ate agora..

Um dia já fui esquerda
Era na luta engajado
No cinema brasileiro
Contestei fui contestado
Hoje meu cinema é outro
Pelo poder fui comprado.

Hoje voto na direita
No maior descaramento
Nego tudo que outrora
Mostrava em meu pensamento
Glauber Rocha tando vivo
Seria o meu tormento.

Mudei de convicções
As antigas companhias
Agora sou um amigo
Das grandes oligarquias
Digo tudo qu`eles mandam
Mentiras, patifarias.

É assim que a coisa anda
É assim que o mundo gira
Sou um lobo carniceiro
A serviço da mentira
Se eu não tirar o meu
Chega outro vem e tira.

Faço uso da palavra
Pra defender meu quinhão
Quero mais é que se fôda
Quem defende esta nação
Meu caviá garantido
Para quê preocupação.

Sou perverso no que digo
E ainda sou respeitado
Pois a mentira é quem dita
Dita por quem ta do lado
Dos grandes exploradores
Do poder televisado.

Faço do verbo navalha
Quero mais é ta por cima
Vai viver sempre enganado
Aquele que subestima
A minha capacidade
De cagar uma obra-prima.

Agora devo ir embora
Meu trabalho me espera
Vou inventar outra estória
Para parecer de Vera
E quem ler sempre acredita
Na minha nova quimera."

Este cordel esquisito
Que acabamos de ler
É fruto do pensamento
Que acabo de escrever
Me chamo Jorge Filó
Em mim você pode crer.

21.1.07

Vamos ouvir juntos?



Unforgettable... that's what you are;
Unforgettable, though near or far.
Like a song of love that clings to me,
How the thought of you does things to me.
Never before has someone been more

Unforgettable in ev'ry way;
And forevermore, that's how you'll stay.
That's why, Darling, it's incredible
That someone so unforgettable
Thinks that I am unforgettable, too.

20.1.07

Jesus live in New York
















































Alguém sabe quem é o autor dessas fotos? Encontrei-as na web, sem nenhuma referência. As fotos são geniais e eu preciso conhecer o resto da obra desse fotógrafo.

Strong doctor

























Rosa Blasi em trajes que você nunca verá na série Strong Medicine (A&E). Rosa interpreta a Dra. Lu Delgado, uma médica super gente boa, defensora dos frascos e dos comprimidos (ela está sempre envolvida em movimentos sociais de apoio a adolescentes pobres, deficientes, drogados etc.), mas capaz de provocar taquicardia em qualquer cidadão saudável.

19.1.07

25 anos sem Elis


Eu gostava de ouvir Elis nas noites de sexta-feira, depois que todos iam dormir. A varanda do apartamento dava para o mar e eu ficava ali, com um copo de uísque na mão, olhos grudados na imensidão escura e líquida, me afogando em sua voz.

Ao vivo, vi Elis apenas uma vez, no Teatro Castro Alves, experiência que serviu para confirmar que minha relação com ela transcendia a admiração de um fã.

Quando Elis morreu, me senti viúvo. Guardei seus discos como quem guarda os pertences de um ente querido que se foi pra nunca mais. Durante alguns anos me neguei a ouví-la novamente, com medo da dor sem nome que certamente me atingiria. Mas o tempo acalma a ausência. Hoje já consigo ouvir sua voz sem sentir aquele insuportável aperto no peito, já consigo vê-la em vídeos sem ficar com os olhos cheios d'água.


Blogagem coletiva. Veja também: Blog do Cejuior e Vera Fróes.


18.1.07

Sobrou pra mim

Acabo de descobrir que sou sócio, juntamente com meu irmão, de uma agência de propaganda. Não se trata da agência que eu tive de verdade, mas de uma outra, da qual jamais ouvi falar. Pior: sou sócio majoritário e responsável pela "empresa" junto à Receita Federal.

Traduzindo: alguém com acesso a nossos documentos criou uma empresa fantasma em nosso nome. Vem merda por aí. Sem querer dar uma de Poliana, já decedi que não vou esquentar minha cabeça com isso. Passei a bola para um advogado e ponto.

Bibliodica

Estou relendo O Livro dos Abraços, do uruguaio Eduardo Galeano.

É um "bloco de notas" com pequenas grandes histórias de gente comum, histórias de medo, sofrimento, perseguição política, tortura, exílio, amizade e alguma alegria.

Uma pequena amostra:

A função da arte/1
Diego não conhecia o mar. O pai, Santiago Kovadloff, levou-o para que descobrisse o mar.
Viajaram para o Sul.
Ele, o mar, estava do outro lado das dunas altas, esperando.
Quando o menino e o pai enfim alcançaram aquelas alturas de areia, depois de muito caminhar, o mar estava na frente de seus olhos. E foi tanta a imensidão do mar, e tanto seu fulgor, que o menino ficou mudo de beleza.
E quando finalmente conseguiu falar, tremendo, gaguejando, pediu ao pai:
- Me ajuda a olhar!



17.1.07

Cadê tempo?

Quem trabalha nas áreas de propaganda e marketing está, de certo modo, habituado a trabalhar sob pressão. Mas de vez em sempre o circo pega fogo e é quase impossível sair ileso. Foi pensando em acabar de vez com esse estresse que criei o 'URGENDÁRIO', um calendário feito sob medida para agências de propaganda, assessorias de marketing, imprensa e RP, escritórios de design etc. A seguir, um exemplo do urgentário adotado na minha empresa:



Como você vê, as datas do urgendário andam para trás, já que todos os pedidos dos clientes são "pra ontem". Com a adoção do urgendário, um serviço solicitado no dia 10, p.ex., pode ser entregue no dia 9 sem maiores desgastes.

Outras vantagagens:
  • Como quase tudo tem que estar pronto "até sexta-feira", cada semana do urgendário tem 3 sextas-feiras. Assim, você não fura nunca.
  • O mês tem 5 dias a mais, a fim de evitar atrasos no fechamento mensal.
  • O dia 1° foi eliminado. Assim, a gente nunca deixa para entregar um serviço que deveria estar pronto no fim do mês, no primeiro dia do mês seguinte.
  • Como ninguém gosta de segundas-feiras, elas não existem no urgentário.
  • Também acabamos com os sábados e domingos, uma forma super prática de reduzir os custos com horas-extras.
  • Por fim, criei um dia especial, a Santa-Feira [SAN], destinado àqueles trabalhos que exigem milagres.
Adote o urgendário e diga adeus aos seus problemas de prazo. Seus clientes vão adorar.

Túnel do tempo





Detalhes da fachada lateral da antiga Faculdade de Medicina da Bahia (UFBA), no Terreiro de Jesus, Pelourinho. Nesse prédio funcionou, originalmente, o Colégio da Companhia de Jesus e nele, já transformado em Hospital Real Militar da Bahia, instalou-se por Decisão Régia de 18 de fevereiro de 1808 a Escola de Cirurgia da Bahia, primeira escola médica do Brasil. Em 1816 se transformaria na Academia Médico-Cirúrgica da Bahia para tornar-se, em 1832, a Faculdade de Medicina da Bahia, em 1891 a Faculdade de Medicina e Farmácia da Bahia, e voltar a ser, em 1901, a Faculdade de Medicina da Bahia.

Além da sua enorme importância histórica e cultural, o lugar me é especialmente caro. Foi aí que meu pai se formou, em 1936. No início dos anos 1970, quando a Faculdade de Medicina foi transferida para o Campus do Canela, o prédio foi ocupado pela Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas e eu tive a sorte de estudar aí também. O interior do prédio é belíssimo, as salas de aula eram anfiteatros espetaculares.

O único "problema" é que o Terreiro de Jesus fica no Pelourinho e eu perdi a conta das vezes em que o horário de aulas era fielmente cumprido, por mim e mais um grupo de colegas, nos bares da região.

Fotos: minhas mesmo.

16.1.07

Tá tudo indo pro buraco

Como todos sabem, eu sou lulista, mas reconheço que o Serra é um político sério e competente (o que estraga ele são as más companhias). Contudo, ele deu uma grande pisada de bola ao lidar com a questão do desabamento do metrô. Ele demorou para se manifestar e, quando o fez, foi frio e técnico demais.

Faltou ao Serra, além de feeling, uma assessoria de relações públicas. Aliás, no Brasil, governantes e empresas confundem relações públicas com assessoria de imprensa. Às conseqüencias dessa confusão podem ser catastróficas.

A gente nunca ouve dizer que "fulano é relações públicas da empresa tal ou do governo tal". Essa é uma profissão que, embora legalizada, não "pegou" por aqui. Governos e empresas têm marketeiros e assessores de imprensa. Ótimo! Mas existem problemas que não são da esfera desses profissionais. O desastre na obra do metrô é um caso típico.

14.1.07

DEZ BONS CONSELHOS DE MEU PAI PARA CIDADÃOS HONESTOS E PRESTANTES

Guardo há vários anos este texto do João Ubaldo Ribeiro. Quando o bicho pega ou a casa ameaça cair, eu leio. Na verdade, é um daqueles textos que merecem ser emoldurados e pendurados na parede.

Meu pai nunca me deu estes conselhos da forma sistematizada que está aí. Mas deu todos, inclusive mostrando como era que se fazia. Acho que ele não se incomoda que eu os passe adiante, pois ele também tem muita consciência política.

I - Não seja tutelado
Não permita que as pessoas resolvam as coisas por você, por mais que o problema seja chato de enfrentar.
Não finja que acredita em nada do que não acredita, não deixe que lhe imponham uma opinião que você está vendo que não pode ser sua.

II - Não seja colonizado
Tenha orgulho de sua herança, não seja subserviente com o estrangeiro, não se ache inferior. Coma o que gostar, fale como gostar, vista-se como gostar - seja como seu povo, não seja macaco.

III - Não seja calado
Seja calado só por educação, até o ponto que isto não o prejudicar. Se prejudicar, só cale a boca quando deixar de prejudicar. Não seja insolente e não tolere a insolência.

IV - Não seja ignorante
Não ser ignorante é um dos mais sagrados direitos que você tem e, se você não usa voluntariamente esse direito, merece tudo o que de adverso lhe acontece. Se você sabe fazer bem o seu trabalho e conduzir corretamente sua vida, você não é ignorante. Mas, se recusar todas as oportunidades possíveis para aprender, você é. Se lhe negam o direito a não ser ignorante, você tem o direito de se rebelar contra qualquer autoridade.

V - Não seja submisso
Reconheça suas faltas, mas não se humilhe. Não existe razão na natureza que diga que você tem de ser submisso a qualquer pessoa. Toda tentativa de submete-lo é muitíssimo grave.

VI - Não seja indiferente
Ser indiferente em relação ao semelhante ou ao que nos rodeia, quer você seja religioso ou não, é um dos maiores pecados que existem, porque é um pecado contra nós mesmos, um suicídio.

VII - Não seja amargo
As coisas acontecem, aconteceram, ficam acontecidas. Se você for amargo, essas coisas continuam acontecendo. Construa sempre.

VIII - Não seja intolerante
Alegre-se com a diversidade humana. Procure honestamente entender os outros. Só não seja tolerante com os inimigos conscientes e comprometidos com o seu fim.

IX - Não seja medroso
Todo mundo tem medo, mas a pessoa não pode ser medrosa. Para viver e fazer, é necessário manter uma coragem constante e acesa. Isto consiste em vencer a própria pequenez e é um dever e uma obrigação para com nós mesmos.

X - Não seja burro
Sim, não seja burro. Normalmente, quando você está infeliz, você está sendo burro. Quando você está sendo explorado, você é sempre infeliz.

Jazz mania

Dica quente: o Portal do Jazz. Além de matérias bacanas, possui uma excelente rádio on line.

Que dureza



Eu não estou exatamente de férias. Com exceção das aulas, todas as minhas outras atividades continuam. Não posso viajar, pois alguns compromissos com clientes me prendem aqui. Mas viajar pra que, se eu moro num lugar para onde as pessoas viajam quando estão de férias?

Tem sobrado tempo para o ócio. Na primeira semana não consegui relaxar. Como todo workaholic, me senti culpado por estar ocioso, como se eu estivesse em débito com o mundo. Na segunda, desencanei.

Adquiri (putz! certas palavras existem para serem faladas, jamais escritas; adquiri é estranhaíssimo) dois novos vícios: comer Maxi Goiabinha da Bauducco e assistir seriados na TV. Sobre este último, pretendo escrever alguma coisa em breve.

Viva a vagabundagem! Se a sabedoria popular for mesmo sabida, é até possível que eu ganhe mais dinheiro assim.


12.1.07

Estrada do Coco


Pedágio na Estrada do Coco.

Desde que a Estrada do Coco (que liga o litoral norte de Salvador à Linha Verde) foi privatizada, os melhoramentos não param de acontecer. O trecho entre Lauro de Freitas e Guarajuba foi duplicado (as obras de duplicação do trecho Guarajuba-Praia do Forte estão bem avançadas), a estrada está mais segura, com telefones e serviços de resgate, e o índice de acidentes diminuiu significativamente.

Num país onde as estradas estão aos frangalhos e não há alternativas para o transporte de pessoas e mercadorias, a privatização é a única saída capaz de resolver o problema a curto prazo. Trocando em miúdos, o que quero dizer é que nem toda privatização é ruim para o país. O cerne da questão é como a privatização é feita.

Matéria veiculada hoje no Folha On Line diz que a taxa de retorno das concessionárias de rodovias no Brasil é maior que a média mundial: 18%, contra 15% nos EUA e 12% na Europa. Não entendo desse assunto, sei que 3% de muito é muito, mas não posso deixar de questionar as condições em que as concessionárias de lá receberam as rodovias a serem exploradas. As daqui, com certeza, exigem investimentos iniciais muito maiores. É razoável, portanto, que o Brasil ofereça taxas de retorno maiores.

Mas, como a Folha não está aí para esclarecer e sim para confundir, a ênfase da matéria é colocada no subprocurador-geral da República Aurélio Virgílio em Brasília, para quem as margens de lucro das concessionárias só não são maiores dos que as do tráfico de drogas. Um exagero, é claro. O subprocurador deve estar mal informado sobre a lucratividade do tráfico. Ou, então, joga no time do "quanto pior, melhor". Se o governo não faz, é incompetente. Se faz e dá certo, tem ladroagem no meio.


Pra gente grande

Uma amiga de longas datas, pessoa muito querida, está com um blog quentíssimo, daqueles que ardem como pimenta baiana. É literatura erótica da melhor qualidade. Confiram!

10.1.07

Lá e cá


Praia de Placafor, Salvador. Foto: Jozé de Abreu


Publico esta imagem apenas para lembrar ao meu amigo Cejunior como que é um dia de sol.

Homens ao mar

Vá ver o videopost do Ao Mirante, Nelson! sobre a origem dos blogs. Hilário!

Sociologia para todos

A Editora Escala lançou recentemente a revista Sociologia - Ciência e Vida. O número 2 (nas bancas) trata de temas como heróis virtuais, alienação e mídia, a partir de uma abordagem sociológica, além de uma matéria importante sobre a vida e a obra de Florestan Fernandes.

É uma iniciativa que merece todo apoio, pois tira a Sociologia dos gabinetes acadêmicos e a coloca à disposição de todo indivíduo interessado em compreender o mundo atual e suas contradições.

Recomendo veementemente.

Teoria da relatividade

"A verdade é relativa. Escolha a que for melhor." - diz o personagem interpretado por James Woods na série SHARK, que irá ao ar em fevereiro pela Fox. Uma frase cheia de verdade. Verdade relativa, é claro, mas isso não lhe tira o status de verdade. E nós não fazemos outra coisa senão escolher a verdade que melhor atende aos nossos interesses.

Mas se a verdade é relativa, somos forçados a concluir que a mentira também é. Sim, meus amigos, a mentira é relativa. Tão relativa quanto a verdade. A mentira de hoje pode ser verdade amanhã e vice versa.

Os cientistas e os poetas sabem disso melhor que ninguém. É de Mário Quintana a melhor definição de mentira que conheço: "A mentira é uma verdade que se esqueceu de acontecer". É ou não é verdade?


9.1.07

Água-viva morta



Encontrei esta coisa quando caminhava na praia. De longe, pensei que era uma camisinha cheia de ar. Na verdade, é uma água-viva mortinha da silva.

8.1.07

Eu e meus outros eus

No ano passado fui entrevistado pelo site G é h acerca de um tema que raramente abordo aqui. Reencontrei a página por acaso, quando fazia uma pesquisa no Google sobre a fotógrafa Irina Ionesco. Como a entrevista está nos arquivos do site, decidi transcrevê-la aqui, para que vocês me conheçam um pouco mais.

Géh - Perfil pessoal: Quem é Jozé de Abreu? Há quanto tempo está no ramo da fotografia? Pode falar sobre sua trajetória?

Jozé de Abreu: Poxa, se você me disser quem sou eu, ficarei eternamente agradecido. Pergunta difícil, moça. Sou ator de muitos papéis, malabarista por necessidade, gozador por opção, cheio de dúvidas e dívidas, como todo brasileiro que já passou dos 50. Tenho mulher, filhos, uma casa e muitos livros. Sou um privilegiado!

A fotografia entrou muito cedo em minha vida. Meu avô tinha uma coleção de daguerreótipos e cartões-postais franceses do início do século passado, com belas mulheres nuas. Eu era menino ainda e ele me mostrava às escondidas. Deve ter vindo daí meu interesse pela fotografia erótica. Mas só comecei a fotografar aos 25 anos, quando comprei minha primeira câmera.

Tem uma coisa que faço questão de deixar claro: não sou fotógrafo profissional. Raramente ganho dinheiro com minhas fotos.

Géh - Erotismo nos meios de comunicação: Fala-se muito sobre uma erotização crescente da exibição do corpo feminino por parte dos meios de comunicação brasileiros. Você concorda com essa visão? Em caso positivo, a que você atribui esse fenômeno? Em caso negativo, o que você diria sobre esse assunto?

Jozé de Abreu: Existe, sim, mas o fenômeno não é novo nem se restringe ao Brasil. Erotismo vende e a lógica da mídia ocidental é, obviamente, capitalista. Há mais de 30 anos, as Chacretes já faziam as delícias dos marmanjos rebolando aquelas bundas imensas na TV, em pleno sábado à tarde. Acho que às vezes rola um certo exagero na TV aberta, mas os códigos de auto-regulamentação são eficientes e terminam ajustando as coisas. Na verdade, não acho que essa seja uma questão muito importante. Pior, bem pior, é a banalização do mal, da violência. Prefiro ter filhos erotizados do que ter filhos bandidos.

Géh - Fronteiras entre erotismo e pornografia: A discussão sobre os limites entre "erotismo" e "pornografia" é um tema recorrente. Um exemplo é o de uma campanha humorística na web que exibia um banner com os dizeres "Abaixo as fotos sensuais! Quero ver mulher pelada". Como diferenciar o que é o "nu artístico", a "fotografia erótica" e a "fotografia pornográfica"? Como fotógrafo, qual a sua opinião sobre o limite entre arte e pornografia?

Jozé de Abreu: Essa é uma discussão estéril. A fronteira entre o erótico e o pornográfico é difusa, subjetiva e pessoal. Muda de acordo com a época, com a cultura. Durante a ditadura, era proibido mostrar os mamilos e os pelos pubianos. As modelos que saiam na Playboy não tinham pentelhos nem mamilos, pareciam umas "Barbies". Hoje a Playboy é lida até em sala de espera de dentista e ninguém engasga com os pentelhos.

Acho a expressão "nu artístico" muito pedante. Qual seria o oposto do nu artístico? "Artístico" aí é usado como sinônimo de bom gosto e, nós sabemos, o bom gosto é socialmente determinado. Nem toda nudez tem apelo sexual. Por exemplo, as fotos do Spencer Tunik, aquele que fotografa um monte de gente nua amontoada nas ruas, não são eróticas, nem pornográficas. São políticas.

Mas, vamos lá! Do ponto de vista de quem consome: Pornográfica é a foto que você não se sente à vontade de admirar junto com seus pais ou com seus filhos. Do ponto de vista de quem produz: a foto é pornográfica quando tem a intenção de provocar excitação sexual. Pelo menos, essa é a distinção que me ocorre no momento.

Géh - Pornografia e Internet: Recentemente, a Internet deu novo fôlego à indústria pornográfica, que fatura hoje pelo menos vinte vezes mais do que nas décadas de 1980 e de 1990. Agora se pode ter acesso a imagens e vídeos de sexo com um simples clique do mouse. A que você atribui esta incrível demanda?

Jozé de Abreu: De certo modo, a Internet democratizou o acesso a esse tipo de material. E as páginas com conteúdo sexual são realmente as campeãs de acesso. Acho que isso se deve a vários fatores. A maioria dos internautas é jovens, esse é o primeiro ponto. Outro aspecto importante é que a Internet permite que as pessoas acessem esse tipo de material sem se exporem, sem ter que ir à banca de revista ou à locadora de vídeo.

Géh - Masturbação: Percebe-se na mídia a crescente busca por imagens do corpo nu erotizado, atividades sexuais, com finalidade primariamente masturbatória. Na sua opinião o público masculino ainda é o maior consumidor neste mercado?

Jozé de Abreu: O público masculino ainda é maioria, mas isso vem mudando. É cada dia maior o número de mulheres que consomem material pornográfico. As estatísticas dos sites pagos mostram isso claramente. O número de assinantes do sexo feminino vem aumentando consistentemente.

Géh - Influência social da pornografia: Existem opiniões contraditórias sobre a pornografia em geral. Alguns sugerem que há uma relação entre pornografia e estupro, e outras formas de violência. Já a escritora Wendy McElroy afirma que: "Ela estimula fantasias sexuais. Ensina a pessoa a ter prazer no sexo". Para outros, a pornografia incentiva a tratar o sexo com franqueza. "A pornografia beneficia as mulheres", diz a escritora. Qual a sua visão sobre a influência social da pornografia?

Jozé de Abreu: Concordo com a Wendy. A pornografia é necessária e desejável. Ela confronta as pessoas com suas próprias fantasias, faz com que o homem ou mulher constate que não está sozinho em suas esquisitices, que existem outras pessoas que compartilham os mesmos gostos e interesses. A pornografia tem um lado educativo também. Mas é preciso ter em mente que os filmes pornográficos são ficção. Quem assiste ao Homem Aranha não sai por aí tentando saltar entre os edifícios. Do mesmo modo, quem assiste filme pornô não deve tomar o desempenho dos atores e atrizes como referência para seu próprio desempenho.

Géh - Vício Pornográfico: Nem todo mundo que vê pornografia ficará viciado. Alguns, talvez, apenas ficarão com algumas idéias distorcidas sobre mulher, sexo, casamento e crianças. Porém, outros terão algum tipo de abertura emocional que permitirá que o vício tome lugar. A pornografia pode distorcer o conceito que a pessoa tem sobre o sexo oposto?

Jozé de Abreu: Claro que pode. Toda mídia tem essa capacidade de distorcer conceitos e percepções. Portanto, não é só a pornografia que pode levar a uma visão distorcida do outro. Os programas de auditório, por exemplo, fazem isso de forma muito mais eficiente.

Géh - A Estética do belo: Na sua opinião, como apreciador da fotografia, gostaria que abordasse a "estética do belo" na fotografia primeiramente:

- Num conceito geral sobre fotografia:

Jozé de Abreu: Os conceitos estéticos mudam com o tempo. O problema é que, hoje, essas mudanças se processam mais rapidamente. Alguns fotógrafos conseguem superar isso e fazer fotos atemporais, que são belas hoje e continuarão sendo daqui a 50, 100 anos. Acho que o segredo é não se deixar influenciar por padrões impostos, ter um olhar só seu, mas isso nem sempre é possível.
Quem fotografa para revistas, por exemplo, não tem como escapar à ditadura da estética imposta pela mídia. Fotógrafos como Helmut Newton, Robert Maplethorpe e Irina Ionesco são exceções. A Irina, por exemplo, disse certa vez o seguinte: "em fotografia, só o que é estranho me interessa".

- Na fotografia do corpo, fotografia sensual:

Jozé de Abreu: O corpo é sempre um desafio e é isso que me fascina: conseguir uma abordagem nova e surpreendente. Claro que a técnica conta. A luz, o equipamento, a produção cuidadosa. Mas isso não basta. Fundamental mesmo é o olhar.


Se a entrevista fosse realizada hoje, eu não mudaria uma vírgula.


7.1.07

"Diante do Chico Buarque, todo homem é potencialmente corno."

O Otto Lara Rezende garante que esta frase foi dita pelo Nelson Rodrigues. Se não foi o Nelson quem disse, foi o Otto. De qualquer modo, uma paternidade da melhor estirpe para uma frase que, até hoje, continua sendo absolutamente verdadeira. Se você duvida, leia a matéria de Renata Granchi, publicada ontem pelo G1.


Cuidado ao usar o fone de ouvido

6.1.07

Minhas fotos

Além de publicar minhas fotos no FlickR, coloquei no ar um site com um pequeno portfólio: http://www.jozedeabreu.psyki.com.

O portfólio será atualizado periodicamente, sempre que me der na telha.

Divulgue!

Planejando 2007

Como dizia a Belle de Jour, antes à tarde do que nunca. Portanto, se você quiser, ainda dá tempo.

Planejar não lhe dá certezas, mas reduz muito as incertezas. Não se trata de adivinhar o futuro, mas de tentar prever, com base em dados consistentes, o que é mais provável de acontecer. A fote desses dados consistentes, indicadores de tendências, está no passado. Assim, o primeiro passo para um planejamento pessoal é fazer uma análise do ano que passou. Vamos por partes:

  1. Departamentalize sua vida. Por exemplo, separe o pessoal do profissional. Se achar conveniente, departamentalize mais ainda (sua vida pessoal pode ser dividida em familiar, social, sentimental etc).
  2. Faça um inventário do que aconteceu de bom e ruim, positivo e negativo, em cada um desses departamentos. Atenção: por razões que não cabe discutir aqui, temos uma tendência a lembrar com mais facilidade das coisas ruins. Portanto, faça um esforço extra ao levantar os fatos positivos.
  3. Questione-se sobre em que medida suas atitudes e seus atos (ou a falta deles) contribuiu para cada um dos eventos que você classificou como positivo ou negativo. Aqui, não vale enrolar, ser condescendente, nem dar uma de vítima. Seja sincero e objetivo.

Isto feito, você disporá de um diagnóstico dos seus pontos fortes e dos seus pontos fracos, que deverá servir de pano de fundo para o seu planejamento. Pontos fortes, quando associados a uma situação favorável, são oportunidades; pontos fracos associados a uma situação desfavorável, são ameaças. Pontos fortes a gente deve manter e desenvolver; pontos fracos, a gente evita ou tenta corrigir.

Agora você já pode definir seus objetivos. Estabeleça objetivos para cada "departamento" da sua vida. Como não dá para fazer tudo ao mesmo tempo, estabeleça uma hierarquia para esses objetivos. Assim, você saberá em quais objetivos concentrar mais esforços.

Você já sabe o que quer, mas isso não basta. É necessário, também, determinar como, quando, onde e com quem. Se a realização de um determinado objetivo depende de dinheiro, convém também prever de onde virão esses recursos. Vejamos este exemplo:

Objetivo: emagrecer 10 kg.
Como: Cirurgia de redução de estômago.
Quando: julho/2007
Onde: Hospital São Rafael, Salvador, Bahia.
Com quem: Dr. Antônio Carlos
Recursos: Poupança mais empréstimo no Banco do Brasil.

Uma pessoa que tenha estabelecido este objetivo e planejado sua execução, saberá, de antemão, que terá de poupar algum dinheiro no porimeiro semestre, negociar um empréstimo e que não poderá assumir certos compromissos em julho pois estará convalescendo de uma cirurgia.

Bem, isto é o básico. Adapte às suas necessidades e mãos à obra!


5.1.07

Comida indigesta



É possível que vocês já tenham visto em outros sites, mas eu não posso deixar de registrar aqui está pérola do mau gosto publicitário. A frase possui um erro de pontuação (em lugar da vírgula, após a palavra "camarão" deveria haver um ponto seguimento e a palavra "comer" deveria ser grafada em maiúscula), mas o brilhante publicitário ignorou esse detalhe para não estragar sua idéia manjadíssima e grosseira.

Uma pergunta que não quer calar: quem é o sujeito oculto da frase escrita em branco? O camarão, o dono do motel ou o dono da agência?



O Forum Motel fica em Recife

O enforcado

Vi no Catarro Verde o vídeo da execução de Saddam Hussein. Uma coisa ninguém pode negar: o sujeito encarou a morte sem pestanejar, sem demonstrar cagaço e, até mesmo, com dignidade.

Fiquei imaginando como o Bush se comportaria na mesma situação. Será que iria cagar na calça e chamar pelo papai?

4.1.07

Mudo

Passei 2006 inteiro sorrindo para vocês. Agora, chega! Cansei daquela minha foto. Ao menos, por enquanto.

Jesus não merece isto



Tentativa de fazer um crente (pastor? ovelha?) gravar uma frase para um programa de rádio.

3.1.07

Não deixe a vida lhe levar

Estamos no quarto dia do ano de 2007 e eu pergunto: você já fez alguma coisa no sentido de realizar seus planos para este ano? Não? Mas você, certamente, fez promessas a si mesmo, tem sonhos que espera realizar, desejos que pretende satisfazer...

Acontece que, como quase todo mundo, você está confundindo desejos e promessas com objetivos e metas. Desejos só se convertem em objetivos quando você é capaz de prever e prover as condições necessárias para sua realização. De nada adianta desejar e ficar esperando que as coisas aconteçam por milagre. E, a não ser que você seja o Zeca Pagodinho (que deixa a vida lhe levar), convém gastar algum tempo planejando um jeito de levar a vida.

Se você quiser, posso publicar aqui algumas dicas de como fazer isso.


2.1.07

Projeto de vida?



Considere a possibilidade de mandar tudo pro espaço e viver vendendo côcos na praia de Vilas do Atlântico.

Ano novo, vida nova.



Sorria! Isso não garante que você irá conseguir tudo que deseja, mas ajuda pra caramba.



Foto: Ricardo Pichler

1.1.07

Mais uma vez, recomeçar.



Ok! Tá bom! Tá certo! Já que todo mundo insiste e os médicos recomendam, vou tentar mais uma vez fazer caminhadas diárias. Acho que descobri um jeito de fazer isso com um mínimo de má vontade: defino um alvo como esse da foto e (per)sigo. Onde o alvo for, eu vou atrás. Só resta uma dúvida: fazendo assim eu queimo ou acumulo calorias?