31.8.06

Vibrando em alto e bom som


A criatividade lateral é a mãe de toda inovação - ao menos nos dias atuais, quando temos a sensação de que tudo já foi inventado. O conceito foi criado por Edward de Bono, onde Kotler se inspirou para escrever Marketing Lateral. Trocando em miúdos, a criatividade lateral consiste numa ruptura do processo lógico ou, se você preferir, na ousadia de juntar duas coisas que nada têm a ver entri si para criar algo completamente novo. Um exemplo emblemático é o Kinder Ovo. Num mercado ultra segmentado como o de chocolates, em vez de lançar mais um "chocolate com alguma coisa" (leite, castanha, arroz, amendoim - que seria o processo lógico), o fabricante fez um pequeno ovo de chocolate recheado com brinquedos colecionáveis colecionáveis. Sucesso absoluto entre as crianças, estimuladas a querer sempre mais, não só pelo chocolate em si, mas para completar suas coleções. A fim de minimizar a resistência dos pais, a empresa lançou uma campanha dizendo que o Kinder fora dimensionado para oferecer a quantidade certa de calorias para as crianças e que comer um por dia não fazia mal algum. O resultado foi o que todo mundo já sabe: sucesso mundial absoluto e duradouro.

Mas este post não é sobre chocolate e sim sobre vibrador (aquele aparelhinho vendido em sex-shops para... bem, você sabe, não é?) e marketing lateral. A empresa americana OhMiBod teve a idéia de juntar o iPod com um prosaico, mas estiloso, vibrador e criar um produto novo: um acessório que visa tornar o hábito de ouvir música em algo ainda mais prazeroso, ao menos para o público feminino. Detalhe importantíssimo: o aparelhinho vibra e pulsa no ritmo da música e a intensidade varia em função do volume. Quantro mais alto, mais yes! yes! yes! Resultado: sucesso de público e de crítica.

Plug ´n play it!

Bela e cruel


@, originally uploaded by Dal Nunes.


O olhar sensível e crítico da minha amiga Dal Nunes registrou essa imagem cheia de beleza plástica, cujo conteúdo revela toda a crueldade da sociedade desigual em que vivemos.
Vejam outras fotos da Dal Nunes no FlickR, sem duvída o melhor e mais funcional de site de compartilhamento de fotos da Internet.

30.8.06

Ninguém escreve ao coronel



Acho que já está na hora de trocar o nome dessa caixa de correio. Em lugar de "Cartas" ele passará a se chamar "Contas".

Já tomou seu Toddy hoje?

Do fundo do baú, um comercial gravado em 1958, com a participação de Norma Benguel e Márcia de Windsor.

Veja aqui!

Inovação

Quase toda empresa americana bem sucedida começou numa garagem e os EUA são, provavelmente, o país mais inovador do mundo. Será que o baixo índice de inovação no Brasil se deve ao fato da maioria das nossas casas não terem garagem?

Esqueça! Foi mal. Desculpe qualquer coisa aí.

29.8.06

Mão na roda

Fui apresentado ao Writely e gostei muito. Trata-se de um editor de texto on line, extremamente funcional, que conta com praticamente todas as ferramentas básicas do Word. Para quem elabora trabalhos em grupo, o Writely é uma mão na roda (sem cacófato, por favor!): você pode compartilhar o texto com colegas ou colaboradores que, por sua vez, podem alterá-lo, acrescentando, retirando ou editando conteúdo. O sistema conta que um recurso que lhe permite, depois, comparar as versões, destacando as alterações feitas.
Experimente!

27.8.06

Boca de urna

De olho nos eleitores que pretendem votar nulo (cerca de 8% do eleitorado, segundo a última pesquisa realizada pelo IBOPE), a senadora Heloisa Helena adotou o seguinte slogan de campanha: "Não vote nulo. Vote nela." Acho legal, mas perigoso. Em propaganda, trocadilhos são armadilhas. Nesse caso, por exemplo, basta inverter a frase para a estratégia ir por água abaixo. Você duvida que vai ter gente lendo "não vote nela, vote nulo"? Eu não. Em comunicação social a compreensão é sempre improvável.

Antes que me perguntem, não vou votar nulo, nem nela. Vou votar nele.

26.8.06

A história de Joseph

Uma sátira genial e engraçadíssima às "palestras motivacionais" e aos programas de auto-ajuda. Exibido originalmente no Programa do Jô.

Lá e cá

Os congressistas americanos não são muito diferentes dos nossos.
Mas lá, pelo menos, tem político que assume sem nenhum pudor o que realmente é, a exemplo deste senador.

25.8.06

Será que você me entende?

Estranho a veemência com que certas pessoas reagem à incorporação de palavras em inglês ao nosso vocabulário cotidiano. As últimas manifestações contrárias a tal prática foram dirigidas contra o Dicionário Hauaiss que ousou registrar várias dessas palavrinhas, devidamente aportuguesadas.
O português, especialmente o nosso português, é uma língua bela e rica. Mas, convenhamos, certas coisas são ditas com mais propriedade e clareza na língua de Sir William Sheakspeare. Principalmente, quando o assunto é tecnologia ou gestão de negócios. O mais óbvio dos exemplos é "marketing", impossível de traduzir com menos de 10 palavras em português.
Não estou defendendo nem justificando o pedantismo daqueles que enrolam a língua, num dialeto ininteligível para a maioria dos mortais, usando o inglês onde caberia tranqüilamente uma singela expressão brasileira. Esses estão condenados à pena máxima do isolamento, pois "quem não se comunica se estrumbica", como dizia o Chacrinha.
A xenofobia é anacrônica e inútil neste mundo de meu Deus, onde as fronteiras culturais são cada vez mais fluidas. Na prática, estamos presenciando, mais de 100 anos depois, a realização do sonho de Zamenhof, criador do esperanto, língua composta por uma mistura de palavras de todas os idiomas que serviria, segundo ele, para a comunicação internacional.

Que língua é essa?

"Quando eu era menino, adorava andar de bonde. Tênis branco, calça faroeste, pulôver azul-marinho, lá ia eu feliz da vida, atento a tudo, embalado pelo barulho das rodas sobre os trilhos. Bons tempos aqueles em que os guardas usavam apenas cassetete e a violência se limitava à troca de tabefes entre desafetos".
A frase aí de cima está escrita em puro português, certo? Nem tanto. Intencionalmente, usei palavras que, ao longo do tempo, fomos tomando emprestado de outras línguas. Quer ver? Bonde, tênis, faroeste e pulôver são formas aportuguesadas de bond, tennis, far west e pull-over, respectivamente. E o cassetete nada mais é do que casse-tête, expressão francesa que significa quebra-cabeça.

Desembuche

A língua é viva (em todos os sentidos) e está em mutação constante. O que é bom, ela digere, transforma, aprimora. O que não presta, ela cospe. Portanto, desembuche e use a língua sem nenhum pudor. A única coisa realmente importante é se fazer entender.

24.8.06



A União Astronômica Internacional excluiu Plutão da categoria de planeta. A decisão foi baseada no tamanho ridículo do dito cujo (Plutão é, p. ex., 400 vezes menor que a Terra) e, segundo consta, o voto das mulheres cientistas foi decisivo.

Plutão não chegou a ser demitido. Como acontece nas melhores instituições, criaram um novo cargo só para ele que, a partir de agora, passa a ser um Planeta-anão.

...

Se tivesse vergonha na cara, Plutão largaria esse sistema solar e iria trabalhar num circo, né não?

Muy amigo