Eis uma historinha exemplar que escrevi há algum tempo e nunca publiquei. Trata-se, obviamente, de uma obra ficcional.
A MOÇA DO TELEMARKETING
ou Fodendo com o gerúndio
# 1.
"E aí? Vamos sair hoje?"
"Hoje não vai dar porque eu vou estar ficando menstruada. Mas vou estar agendando e na próxima semana a gente pode estar saindo."
#2.
"Alô!"
"Oi! Eu não disse que ía estar ligando esta semana?
"E aí, pode ser ou tá difícil?"
"A gente pode estar saindo hoje."
Horas mais tarde, após uns amassos dentro do carro:
"Você bem que podia estar me encaminhando para um lugarzinho mais aconchegante."
"Eu estou, baby. É que no gerúndio tudo demora muito, sabe?"
"Nunca fui no Gerúndio. Esse motel é novo, né? Aqui eu vou estar ficando com medo da gente ser assaltado."
Fomos!
#3.
No motel:
"Um minuto por favor. Eu vou estar tomando um banho e já volto."
E eu fiquei lá, esparramado numa poltrona, com um uísque na mão e aquela musiquinha em minha cabeça: tanranranranranaranraaannn, tanranran, tanranran... tanranranranranaranraaannn, tanranran, tanranran...
Ela, enrolada numa toalha, cabelos pingando:
"Ué! Você ainda tá assim todo vestido?"
"Vamos embora."
"Mas, já?
"Já! Agora! Now!"
"Que foi que houve?"
"Nada. Mas a gente não vai estar fudendo, nem gozando, nem nada. Vou estar encaminhando você pra casa."
Encaminhei rapidamente. Se não fosse o gerúndio eu teria comido. Teria? Mas isso é futuro do pretérito.
15 comentários:
Assim vou ficar estando viciado no seu blog. Xiii, isso pega....
abs
Muito boa a história - risos -
Mas veja o que algumas empresas estão fazendo para tentar contornar a questão do "gerundismo"
capital humano
01/12/2006
“Gerundismo” leva empresa a fazer campanha intensiva de leitura e escrita
Marina Rosenfeld
Karina Costa (colaboração)
especial para o GD
O uso incorreto da língua portuguesa pelos profissionais brasileiros tem sido uma preocupação constante das empresas. Para evitar “gerundismos” e vícios de linguagem, a TMS Call Center, de telemarketing, iniciou uma campanha que inclui de leitura de livros em horário de trabalho a concursos de poesias.
Na primeira etapa foi lançada a Semana do Livro para promover a troca de obras entre os funcionários. Durante o expediente são lidos trechos de livros de autores consagrados da literatura brasileira. Cada funcionário vira um contador de história e divide com os colegas suas leituras preferidas.
A segunda fase é composta por palestras com especialistas e autores sobre temas como “gerundismo”, “etiqueta”, comunicação escrita, vícios de linguagem, gramática, lingüística e pronúncia.
Por fim, foi criada a Semana da Poesia que premia os melhores poemas escritos por funcionários sobre temas comuns ao cotidiano da empresa.
link http://www1.folha.uol.com.br/folha/dimenstein/cbn/capital_011206.shtml
Alberto,cheguei atrasado, você já havia feito o comentário e eu não tinha lido. Pensamos sincronamente na mesma questão - risos -
Um abraço
Que tal mandarmos uma cópia do post para Telemar, Vivo, Claro, Tim, Oi, Brasil Telecom, Cartões de crédito, bancos, etc., etc e etc.??????
A coisa "parece estar indo" mal com a língua portuguesa, ahahah!
Ricardo M
www.homembaile.blogspot.com
Ui... "seu" Jorge!...
... A semana que premeia... (verbo premiar)e não "premia", que é forma verbal de "premir".
Bahhh.... não esquenta... eu também faço muitos herros.
A Cesar o que é de Cesar!
Reparo agora que o erro não é do amigo Jorge nem do amigo José fARIAS: é oriundo da "Folha". Estes amigos apenas podem ser "censurados" por ter, cada um do mesmo modo, insistido no erro.
Já dizia Cícero que "ERRAR HUMANUM EST SED ERRORUM PERSEVERARE DIABOLUCUM".
o pior h do mundo, não é por nada não, mas:
Primeiro: essa parte do texto não fui eu que escrevi, é apenas uma citação do texto da UOL.
Segundo: você está certo, afinal, premiar, verbo terminado em IAR, na terceira pessoa do singular no presente do indicativo se escreve premeia e não premia tal como odeia, incendeia, medeia anseia, remedeia e etc. e não odia, incendia, media, ansia, remedia e etc.
Bem observado.
o pior h do mundo, então cometemos o mesmo erro da desatenção, você por não ler lido o texto por inteiro e nós por não temos dado importância à forma verbal empregada porém ao conteúdo informativo.
Acho que estamos quites em pé de igualdade
Errata:
No texto acima corrijo:
...você por não TER lido o texto...
...nós por não TERMOS dado importância..
O mesmo se deu por erro de digitação.
Grato
Ah?!!!... Não li o texto?!... Se não li, como observei o erro?... Pelo tacto?...
(O meu equívoco foi sòmente o de supor que o texto original estaria bem escrito e que o erro se devesse à trasladação.)
Amigo Jorge, fica a dever-me uma!
o pior h do mundo, você continua a não ler o texto por INTEIRO. Comete novamente o erro da desatenção. Veja que eu não disse que você não leu o texto, disse que não o leu por INTEIRO. Preste mais a atenção! POR INTEIRO! Viu!
Seu erro foi o de não prestar a atenção nas sutilezas do "post" e supor precipitadamente errado.
Seja humilde de admitir o que todos por aqui já notaram. Você bateu e nem desculpas sinceras foi capaz de tecer. E fica com sarcasmos entre um texto e outro, e ao contrário de você, eu presto muito a atenção nisto.
Gerúndio só me incomoda no telemarketing. No sexo virtual, o que me dói é goSar com "S" ... rsssssssssssss Bom mesmo é beijar na boca, que economiza palavras.
Amigo Jorge:
Manifestei humildade confessando o equívoco. Fora isso não sinto culpa e não tenho nada a expiar; a minha intervenção incidiu sobre um verbo inserto num texto e não sobre o objecto ou o tema do mesmo: ainda que não o tivesse lido por inteiro, não precisaria...
Por falar em bater: bata aí cinco!; e faça como eu - aproveite a parte positiva do colóquio.
Amei a historinha.,.
Mas essa masturbação mental de isso tá errado, não isso tá certo, não isso não se escreve assim, sim, isso se escreve assado..
Chato pacaraleo..rs..
Vamos relaxar e curtir..
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