Almir Fonseca, um dos maiores criativos da Bahia, ganhador de Leão de Ouro em Cannes, e que durante muito tempo foi Diretor de Criação da minha falecida agência, dizia que propaganda seria a atividade mais gratificante do mundo se não existisse o Cliente.
Suprema heresia, visto que sem o Cliente não existe negócio, a queixa do Almir era, de certo modo, compreensível. Os clientes sempre gostaram de meter o dedo e interferir no trabalho da criação, por puro capricho ou medo de ousar.
Se era assim na década de 80, quando a propaganda baiana estava em seu auge, época em que o Duda Mendonça ainda estava por aqui e o Nizan Guanais era apenas seu estagiário, imagine agora. Vários anunciantes de peso estão fora da mídia. Sobraram as empresas de varejo, com verbas ridículas, destinadas quase que exclusivamente à veiculação. Para a criação e produção, não sobra nada. O que vemos na TV são os velhos e indigestos VTs de cartela, com a única diferença que agora elas sao feitas eletronicamente.
Obviamente, estou me referindo à propaganda feita fora do eixo Rio-São Paulo. É broxante! Para sobreviver, as agência "fazem qualquer negócio" e isso implica, muitas vezes, em fazer a coisa errada porque é daquele jeito que o cliente quer, o que me faz lembrar de uma outra frase do Almir: "Nós fazemos bosta porque o cliente gosta".
Ainda dentro desse tema, conta-se que certa vez, em Hollywood, um roteirista iniciante submeteu seu primeiro filme a um produtor famoso, com o objetivo de conseguir recursos para realizá-lo. Passados alguns dias, voltou ao escritório do produtor que lhe disse: "O roteiro é bom e estou disposto a financiá-lo, desde que você tire o macaco". O filme era King-Kong.
Vocês não fazem idéia de quantas vezes meus clientes já tiraram o macaco dos meus comerciais.
Suprema heresia, visto que sem o Cliente não existe negócio, a queixa do Almir era, de certo modo, compreensível. Os clientes sempre gostaram de meter o dedo e interferir no trabalho da criação, por puro capricho ou medo de ousar.
Se era assim na década de 80, quando a propaganda baiana estava em seu auge, época em que o Duda Mendonça ainda estava por aqui e o Nizan Guanais era apenas seu estagiário, imagine agora. Vários anunciantes de peso estão fora da mídia. Sobraram as empresas de varejo, com verbas ridículas, destinadas quase que exclusivamente à veiculação. Para a criação e produção, não sobra nada. O que vemos na TV são os velhos e indigestos VTs de cartela, com a única diferença que agora elas sao feitas eletronicamente.
Obviamente, estou me referindo à propaganda feita fora do eixo Rio-São Paulo. É broxante! Para sobreviver, as agência "fazem qualquer negócio" e isso implica, muitas vezes, em fazer a coisa errada porque é daquele jeito que o cliente quer, o que me faz lembrar de uma outra frase do Almir: "Nós fazemos bosta porque o cliente gosta".
Ainda dentro desse tema, conta-se que certa vez, em Hollywood, um roteirista iniciante submeteu seu primeiro filme a um produtor famoso, com o objetivo de conseguir recursos para realizá-lo. Passados alguns dias, voltou ao escritório do produtor que lhe disse: "O roteiro é bom e estou disposto a financiá-lo, desde que você tire o macaco". O filme era King-Kong.
Vocês não fazem idéia de quantas vezes meus clientes já tiraram o macaco dos meus comerciais.
5 comentários:
Cara... Só quem trabalha com isso sabe o quanto as frases desse Almir são geniais - e porque você pode até tirar a loura (uma ruiva, morena ou mulata serviria do mesmo jeito), mas o macaco...
Tá bom, tira o dinossauro que eu filmo o Godzila! Tira os caninos afiados que eu filmo o Dracula!
(E não esquece de botar a foto do meu filho no cartaz de divulgação. E daí que ele não está no elenco? Você está querendo me dizer que MEU FILHO não pode aparecer no cartaz?)
(argh!)
hahaha, eu sei bem como é. embora minha formação seja em jornalismo, o meu primeiro emprego (fiquei 4 anos lá) foi na ALMAP/BBDO Rio. Também vi muito macaco bão ser assassinado por cliente!
Xi, q chato isso, né??
Acho q o segredo é abstrair, pq se não pira o cabeção..
Bjk..
O Almir Fonseca é o meu pai. aprendi muito com ele... fico feliz por está sendo lembrado como um dos maiores gênios da publicidade Baiana e pq não dizer do Brasil. Fico feliz pela homenagem. Tiago Fonseca.
Olá, Tiago!
Quero muito ter notícias do seu pai. Como ele está, o que anda fazendo?
Você não lembra de mim, mas eu te conheço (era um pirralho, na época).
Abração!
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