Os comentários que as leitoras Cláudia e Fugu F, pessoas pelas quais tenho imensa admiração, fizeram no post sobre o anúncio da Natan, me levaram a refletir mais uma vez sobre o quão difícil é a tarefa dos criadores de propaganda.
O sociólogo austríaco Gottfried Stockinger, de quem tive a honra de ser aluno, disse certa vez em uma das suas aulas algo mais ou menos assim: na comunicação, a compreensão é sempre improvável. Levada para dentro de uma agência de propaganda, isso significa que os criadores devem testar e retestar seus anúncios, a fim de evitar que eles não sejam adequadamente compreendidos.
Fugu F disse: "A idéia de que um homem endinheirado pode ter a mulher que quiser é muito pobre - e irreal." Concordo em parte com você, Fugu. A idéia é pobre, mas não é de todo irreal. Existe um determinado tipo de homem que pensa exatamente assim - e um determinado tipo de mulher que corrobora essa maneira de pensar - e o público alvo do anúncio é constituído exatamente por homens desse tipo. A propaganda não "inventa" o real. Apenas se apropria dele. A gente pode deplorar essa realidade, o criador do anúncio pode deplorar essa realidade (aliás, o anúncio pode até ter sido criado por uma mulher), mas se o objetivo do anúncio é fazer com que "homens endinheirados que acreditam que uma jóia cara é capaz de abrir as pernas de qualquer mulher" , o anúncio está correto e muito bem resolvido.
Cláudia perguntou: "Zé, quer dizer que vc só daria uma jóia a uma mulher se ela abrisse as pernas p vc, é?". Sei que a Cláudia quis apenas me provocar, mas vou responder mesmo assim. Não, Claudinha. Eu sou o maior mão de vaca. Não daria a joía nem se ela abrisse as pernas pra mim. Vale Michelin?
Falando sério, minha crítica não foi às mulheres que não se trocam por uma jóia, mas àquelas que vivem patrulhando a gente em nome do politicamentecorretismo.
O sociólogo austríaco Gottfried Stockinger, de quem tive a honra de ser aluno, disse certa vez em uma das suas aulas algo mais ou menos assim: na comunicação, a compreensão é sempre improvável. Levada para dentro de uma agência de propaganda, isso significa que os criadores devem testar e retestar seus anúncios, a fim de evitar que eles não sejam adequadamente compreendidos.
Fugu F disse: "A idéia de que um homem endinheirado pode ter a mulher que quiser é muito pobre - e irreal." Concordo em parte com você, Fugu. A idéia é pobre, mas não é de todo irreal. Existe um determinado tipo de homem que pensa exatamente assim - e um determinado tipo de mulher que corrobora essa maneira de pensar - e o público alvo do anúncio é constituído exatamente por homens desse tipo. A propaganda não "inventa" o real. Apenas se apropria dele. A gente pode deplorar essa realidade, o criador do anúncio pode deplorar essa realidade (aliás, o anúncio pode até ter sido criado por uma mulher), mas se o objetivo do anúncio é fazer com que "homens endinheirados que acreditam que uma jóia cara é capaz de abrir as pernas de qualquer mulher" , o anúncio está correto e muito bem resolvido.
Cláudia perguntou: "Zé, quer dizer que vc só daria uma jóia a uma mulher se ela abrisse as pernas p vc, é?". Sei que a Cláudia quis apenas me provocar, mas vou responder mesmo assim. Não, Claudinha. Eu sou o maior mão de vaca. Não daria a joía nem se ela abrisse as pernas pra mim. Vale Michelin?
Falando sério, minha crítica não foi às mulheres que não se trocam por uma jóia, mas àquelas que vivem patrulhando a gente em nome do politicamentecorretismo.